terça-feira, 23 de novembro de 2010

Sábias Observações de Ghandi

A não-violência, em sua concepção dinâmica, significa sofrimento consciente. Não quer absolutamente dizer submissão humilde à vontade do malfeitor, mas um empenho, com todo o ânimo, contra o tirano. Assim um só indivíduo, tendo como base esta lei, pode desafiar os poderes de um império injusto para salvar a própria honra, a própria religião, a própria alma e adiantar as premissas para a queda e a regeneração daquele mesmo império.

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É o sofrimento, e só o sofrimento, que abre no homem a compreensão interior.

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Só se adquire perfeita saúde vivendo na obediência às leis da Natureza. A verdadeira felicidade é impossível sem verdadeira saúde, e a verdadeira saúde é impossível sem rigoroso controle da gula. Todos os demais sentidos estarão automaticamente sujeitos a controle quando a gula estiver sob controle. Aquele que domina os próprios sentidos conquistou o mundo inteiro e tornou-se parte harmoniosa da natureza.

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A civilização, no sentido real da palavra, não consiste na multiplicação, mas na vontade de espontânea limitação das necessidades. Só essa espontânea limitação acarreta a felicidade e a verdadeira satisfação. E aumenta a capacidade de servir.

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Aprendi, graças a uma amarga experiência, a única suprema lição: controlar a ira. E do mesmo modo que o calor conservado se transforma em energia, assim a nossa ira controlada pode transformar-se em uma função capaz de mover o mundo. Não é que eu não me ire ou perca o controle. O que eu não dou é campo à ira. Cultivo a paciência e a mansidão e, de uma maneira geral, consigo. Mas quando a ira me assalta, limito-me a controlá-la. Como consigo? É um hábito que cada um deve adquirir e cultivar com uma prática assídua.

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O silêncio já se tornou para mim uma necessidade física espiritual. Inicialmente escolhi-o para aliviar-me da depressão. A seguir precisei de tempo para escrever. Após havê-lo praticado por certo tempo descobri, todavia, seu valor espiritual. E de repente dei conta de que eram esses momentos em que melhor podia comunicar-me com Deus. Agora sinto-me como se tivesse sido feito para o silêncio.

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Aqueles que têm um grande autocontrole, ou que estão totalmente absortos no trabalho, falam pouco. Palavra e ação juntas não andam bem. Repare na natureza: trabalha continuamente, mas em silêncio.

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Aquele que não é capaz de governar a si mesmo, não será capaz de governar os outros.

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A desobediência civil é um direito intrínseco do cidadão. Não ouse renunciar, se não quer deixar de ser homem. A desobediência civil nunca é seguida pela anarquia. Só a desobediência criminal com a força. Reprimir a desobediência civil é tentar encarcerar a consciência.

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Continuarei confessando os erros cometidos. O único tirano que aceito neste mundo é a “silenciosa e pequena voz” dentro de mim. Embora tenha que enfrentar a perspectiva de formar minoria de um só, creio humildemente que tenho coragem de encontrar-me numa minoria tão desesperadora.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Citações do Livro de George Orwell – A Filha do Reverendo

Citações do Livro de George Orwell – A Filha do Reverendo

"A perda da fé é um fenômeno tão misterioso quanto a própria fé. Tal como esta, carece também de lógica; é uma mudança radical no clima do pensamento."

Dorothy acabara por compreender que não é difícil manter as crianças na linha quando se é duro com elas desde o primeiro dia. No semestre anterior, as meninas tinham-se comportado mal porque, desde o começo, ela as tratara como seres humanos; e, como tal, se rebelaram mais tarde quando foram canceladas as aulas que lhes interessavam.

Na cabeça de Dorothy perpassaram aquelas palavras deprimentes de um hino: "Ao meu redor só vejo mudanças e corrupção." Estava certo o que acabara de dizer. Algo ocorrera em seu coração, e era como se o mundo tivesse ficado um pouco mais vazio, mais empobrecido desde esse momento.

— A minha fé. Você entende muito bem o que eu quero dizer! Há poucos meses pareceu-me, de repente, que tudo mudara em meu espírito. Tudo aquilo em que eu acreditava até então, tudo, pareceu-me de repente vazio de sentido, quase estúpido. Deus, o que para mim queria dizer Deus... a vida eterna, o céu, o inferno... tudo. Tudo desapareceu. E não foi através da razão, mas assim, sem mais nem por quê. Como quando se é criança, e um dia, sem qualquer motivo especial, se deixa de acreditar nos contos de fadas. Não podia, simplesmente, continuar a acreditar nessas coisas.